quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Olá!
Hoje é um ótimo dia para começar a escrever. Está chovendo muito e não dá vontade de sair de casa.
Vamos ver se eu consigo mandar mensagens para todos, sem me atrapalhar com todos os clicks que o meu neto me ensinou.
Como sabem, voltei recentemente da Palestina. Então vou contar mais coisas sobre a viagem. Eu já contei algumas coisas em "emails", mas eu levei um caderno onde fui anotando tudo o que me pareceu importante.
PRELIMINARES
Recebi "email" de um amigo, com o roteiro da caminhada de Maria e José, quando saíram de Nazaré e foram para Belém, em virtude das leis romanas sobre o recenseamento. Essa caminhada se deu quando Maria estava no nono mês de gravidez e terminou em Belém, em num dia em que se convencionou ser 25 de dezembro do ano um.
Para mim, que sou peregrina, cristã e adoro caminhar, foi paixão à primeira vista. Mas havia um "probleminha": a guerra. Convidei pessoas. Todos tinham medo da guerra. Convidei uma jornalista amiga e fiquei entusiasmada, poque ela adorou a idéia e topou ir e fazer uma longa matéria sobre o assunto. Eu fiquei feliz. Porém, minha amiga ficou grávida e mudou seus planos. Eu até pensei em argumentar que Maria também estava grávida, mas... não tive coragem. E acho que na época de Maria e José, não havia guerra, apesar de Herodes gostar de matar criancinhas.
Depois, num almoço da Associação dos Amigos do Caminho de Santiago, à qual pertenço, eu convidei outros peregrinos. Qual não foi minha surpresa, quando vários se interessaram. Eu sempre informei sobre a guerra, então achei que havia vários outros destemidos, feito eu. Fizemos algumas reuniões para discutir o assunto e planejar a viagem. Compareciam muitas pessoas.. Eu ficava animada, mas um pouco assustada, porque tive a impressão de que todos achavam que eu era a líder e que eu deveria resolver tudo.
Na realidade, eu não gosto de resolver nada, quando viajo. Não gosto nem de conhecer muita coisa sobre o local. Gosto de ir com a cabeça "em branco", para preencher primeiro com as minhas impressões e só depois de ter visto tudo com meus próprios olhos, ler, estudar e me informar, para formar uma opinião.
Então, a participação nas reuniões para troca de informações me assustava um pouco. Até que resolveram chamar alguém que já tinha feito esse caminho, para dar mais informações. E chamaram um casal de judeus. Eles trouxeram um amigo que tinha uma empresa de turismo especializada em Terra Santa. O amigo apresentou outro roteiro, que não tinha caminhadas na Palestina. Só em Israel. As pessoas todas ficaram deslumbradas com as paisagens e resolveram aderir. Eu fiquei com o "pé atrás". Acabei por desistir do grupo. Não sei se ainda se reúnem nem se ainda se interessam pela visita à Terra Santa.
Eu permaneci fiel à ideia inicial. A minha primeira intenção, seria sair de Nazaré em meados de dezembro para chegar em Belém no dia 24. Porém, segundo as informações do Siraj Center, que programa essa caminhada, o guia não sai para menos de 5 pessoas. Eu não tinha arranjado mais 4 pessoas e, à essas alturas, já em novembro, a situação entre Israel e a Palestina estava se agravando, com bombas e tiroteios, o que me deixava sem jeito de convidar mais alguém. Eu fiquei muito triste. Então, mandei um "email" para o Siraj Center, perguntando se havia algum grupo programado para dezembro de 2012. Eles responderam que havia um grupo de italianos. Eu entrei em contato com os italianos e eles disseram:
- You are welcome! Eu exultei!
Já era fim de novembro. Comecei a me preparar. Comprar passagem, arrumar coisas. Enfim, a partida foi acertada para o dia 21 de dezembro, o dia do "fim do mundo", segundo uma profecia corrente na época. Fizeram até um filme catastrófico sobre isso. Eu brinquei com todos dizendo:
- O mundo vai estar acabando, mas eu estarei no avião, vou entrar em órbita e viver para sempre...
Mas, na realidade, eu também estava com medo. Nunca foi para lugares em guerra. Sou brasileira, não tenho essa experiência de ódio coletivo a um povo ou a um país. Coloquei, na minha bagagem, meus remédios para diabetes, com reserva de um mês. Levei os telefones da embaixada do Brasil, dei para as filhas uma cópia do roteiro e avisei que se houvesse notícia de algum ato de guerra nos locais e datas em que eu estaria, elas deveriam entrar em contato com um amigo advogado, que gentilmente se ofereceu para "resgatar-me", se necessário.
E foi assim. Parou de chover. Vou tratar de coisas na rua. Amanhã eu continuo.
E vocês que lerem, podem dizer: Eu li na tela da
Eulina
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Parabéns maria Eulina!
ResponderExcluirVamos acompanhar a atualização do blog! Abraços
Paulo Bertechini
Texto incrível! Amei! Continue! Bjus
ResponderExcluirMuito bem Maria Eulina, adorei, contenue assim! Bjs. Monika
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