PEDRINHO
O chão tem folhas secas, as árvores tem flores, o mato é cheiroso. Chupo uma manga.
Ouço o zumbido dos insetos. Borboletas voam. Raios de sol passam por entre as folhas e as poeirinhas brilham boiando nas tiras de luz.
Tudo tão bonito! Vou ver Clarinha. Hoje é o seu aniversário. Passo perto do riacho.
È ali. Uma pequena clareira. A terra fofa, recém revolvida. Examino bem. que alegria!
Saio correndo, ventando, voando...
- Clarinha, Clarinha!
Ela vem assustada, os olhos de jabuticaba, cheios de espanto.
- Seu presente de aniversário! Bem no dia, vem ver, corre!
Saímos de mãos dadas. O vento na nossa cara, o sol na nossa cabeça... Chegamos. O riacho, a
clareira, a terra fofa. Paramos. Em silêncio, nos aproximamos. Até que ela vê.
- Pedrinho, que lindo! Tão pequeno, tão verdinho!
- É aquela rosa vermelha que você gosta. Plantei aqui pra você e brotou bem no dia do seu aniversário!
Clarinha sorri. Não tem os dentes da frente. Logo ela se lembra e põe a mão na boca. Ela me dá um beijo! Eu fico todo vermelho, mas disfarço. Afinal, já tenho oito anos e meio, ela ainda é uma pirralha, está fazendo sete hoje!
- O último a chegar é um bobo!
Voltamos pra casa correndo.
***
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