O SABIÁ
Zezinho estava feliz. Havia chovido muito e o poço estava cheio até a borda. Agora que
ele sabia que havia um mundo sem água, gostava de ficar na beiradinha, observando. E estava
um dia tão lindo! Zezinho chamou seus amigos. Brincaram de esconde-esconde, de pegador, caçaram
bichinhos, divertiram-se a valer. Já estavam quase indo embora, quando a água estremeceu.
Assustados, todos os peixinhos se encostaram na parede. Mas como eram curiosos, ficaram olhando.
Que criatura esquisita! - pensaram. Suas escamas eram esfiapadas! Embaixo dos olhos,
onde deveria estar a boca, estava uma ponta comprida e dura, que quando se abria emitia um som tão
doce... tão gostoso de ouvir... que tipo de ser é esse?
Zezinho observava. Sabia que existiam seres não aquáticos. Mas, seriam amigos? Este,
pelo menos, era belo. Abria suas nadadeiras, nadava um pouco no ar, e depois mergulhava. Aí, saía da
agua sacudindo-se todo, fazendo uma chuva de gotas. E então, abria aquela coisa pontuda e fazia um
som maravilhoso!
Aos poucos, Zezinho foi perdendo o medo. Aproximou-se devagarzinho. Seus amigos,
atrás. Ficaram ouvindo admirados. Até que| Zezinho disse:
- Com certeza ele é amigo, porque está cantando para nós. Vamos dançar para ele!
E os peixinhos formaram uma roda, colocaram as cabeças para dentro e os rabinhos em
volta. Eles sabiam que eram bonitos e então, agitaram suas pequenas nadadeiras, para que raios de sol
batessem nelas e fizessem brilhar suas cores, pois assim ficavam ainda mais bonitos.
E ficaram nadando em volta, formando desenhos na água.
O sabiá, empolgado com tanta beleza, estufou o peitinho e cantou suas mais lindas
melodias.
Nesse momento, uma brisa trouxe umas florzinhas, que caíram na agua...
***
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