quarta-feira, 6 de setembro de 2023



                                                                  PEDRINHO


           O chão tem folhas secas, as árvores tem flores, o mato é cheiroso. Chupo uma manga.

           Ouço o zumbido dos insetos. Borboletas voam. Raios de sol passam por entre as folhas e as poeirinhas brilham boiando nas tiras de luz.

           Tudo tão bonito! Vou ver Clarinha. Hoje é o seu aniversário. Passo perto do riacho.

           È ali. Uma pequena clareira. A terra fofa, recém revolvida. Examino bem. que alegria!

           Saio correndo, ventando, voando...

- Clarinha, Clarinha!

            Ela vem assustada, os olhos de jabuticaba, cheios de espanto.

- Seu presente de aniversário! Bem no dia, vem ver, corre!

            Saímos de mãos dadas. O vento na nossa cara, o sol na nossa cabeça... Chegamos. O riacho, a

clareira, a terra fofa. Paramos. Em silêncio, nos aproximamos. Até que ela vê.

- Pedrinho, que lindo! Tão pequeno, tão verdinho!

- É aquela rosa vermelha que você gosta. Plantei aqui pra você e brotou bem no dia do seu aniversário!

           Clarinha sorri. Não tem os dentes da frente. Logo ela se lembra e põe a mão na boca. Ela me dá um beijo! Eu fico todo vermelho, mas disfarço. Afinal, já tenho oito anos e meio, ela ainda é uma pirralha, está fazendo sete hoje!

- O último a chegar é um bobo!

           Voltamos pra casa correndo.

                                                                         ***


               





       

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