sexta-feira, 9 de outubro de 2015





                                                     ALGUMAS RESPOSTAS


                       Ontem, fui plantar árvores com um vincentiano "faz tudo" da RVA.  Negro forte e bonito. Não tem cabelo rasta, tem uma voz possante e um sorriso contagiante. Conhece todo mundo, todas as escolas e, mais que faz tudo, ele é uma espécie de relações públicas da RVA. Inteligente, estudou na Dinamarca. Aprendeu a cuidar de pessoas com distúrbios mentais. Além da RVA, ele trabalha para o governo,  na única prisão do país, dando assistência aos presos.
                       Conversamos bastante. Vou tentar reproduzir algumas de suas idéias.
                       O povo de St. Vincent gosta dos estudantes da RVA. Mas não gosta dos diretores e de alguns professores. Acha que eles são egoístas, muito orgulhosos de si mesmos, preocupados apenas em aparecer, ganhar prêmios.E eles trabalham para a ONG (One World Center), não para o povo.
                       Ele devia ser professor, na RVA,  pois tem formação pra isso. Mas eles não querem professores  que tenham idéias próprias. Todos tem que pensar igual. Ele tentou dar algumas sugestões mais não foi bem sucedido. Não o ouviram, ou não deram importância. Acabou sendo uma espécie de ponte entre a RVA e as instituições do país. Foi ele quem fez o contato com todas as escolas para a Treelyimpics. E sempre que precisam fazer algum trabalho com o povo, ele é convocado.
                       Na Dinamarca, ele aprendeu que as pessoas com distúrbios mentais, precisam ficar com a cabeça ocupada, todas as horas do dia, para que não sofram com alucinações. Talvez, seja essa a origem da "schedule". Todas as horas ocupadas.
                       Quando mencionei que me interessava em trabalhar no programa que a ONG desenvolve no Brasil, ele incentivou, mas quando falei que não concordava com os métodos, ele riu e disse que com ele foi a mesma coisa. Ele tentou, mas foi sendo excluído, até ficar exercendo essas funções meio difusas que exerce hoje.
                        - They will push you! - ele disse.
                       Quando mencionei o DMM e as lições pelo computador, ele disse que pensa como eu. Não tem sentido a gente ter que aprender todas as estatísticas que provam que o mundo vai acabar, enquanto estamos num país que não tem infra estrutura sanitária. Seria muito melhor, estudar um projeto de saneamento básico para St. Vincent e a melhor maneira de executá-lo!
                       E quanto à regra de não poder beber nunca, ele também  acha ridículo.
                       Plantamos árvores debaixo de chuva, em cinco escolas. Eu dava a aula sobre a importância das  as árvores e ele cavava os buracos e plantava. Foi um dia muito cansativo, mas muito produtivo.
                      Enfim tive certeza de que meus pensamentos não são delirantes. Mas ainda não estou satisfeita. Vou continuar investigando
                                                                       ***
                        Amanhã, um novo trabalho com o povo. Vamos limpar um rio. Sei lá o que me espera, mas estou curiosa.
                                                                       ***
                         Chegaram os alunos do curso de dezoito meses. Seis meses aqui, depois seis meses em Belize ou no Ecuador, depois mais seis meses aqui. Afe!
                          A chilena e a eslava foram para o Ecuador trabalhar num programa agrícola e a italiana e a húngara, que haviam ido para Belize trabalhar com crianças, terminaram o curso e foram embora.
                         Os novos são: um casal de jordanianos e mais um amigo, também jordaniano. Muito simpáticos. Um gringo da Califórnia, com cara de mexicano. E  uma mexicana, com cara de brasileira.
                          Tem também um casal de holandeses, que estão aqui, fazendo trabalho voluntário por um mês. Ele faz manutenção e ela trabalha com computadores. Eles se aposentaram e queriam mudar de vida.
                          E chegou também uma moça grandona, aquela que a perna não cabia no carro, que veio de Michigan, ou Massachussets, não sei direito. Ela é candidata a professora.
                          Uma bela oportunidade para fazer novos amigos.

                                                                       ***
                          E os amores continuam rolando.
                          Tive notícias da chinesa e soube que o inglês que ela namorou aqui, foi pra cidade dela e está lá!
                          O engenheiro que namorava a brasileira, agora vive rodeado de mulheres. Parece um galo no galinheiro!
                         A italiana que terminou o curso não foi pra Itália. Ficou mais um mês, aqui perto em Chateaubelair, com o namorado vincentiano.
                         A húngara que namorava o  professor polonês, foi embora inconsolável. Ele está só, mas não demonstra muito sofrimento.
                        O professor venezuelano ainda está namorando a cuidadora de cavalos sueca.
                        E a gringa grandona, disse que é lésbica e está a procura de uma namorada.

                        Voce já pode dizer eu li na tela da
                                                                                  Eulina

















                     

                     
                     

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