domingo, 25 de setembro de 2022

                                          

                                                  MINHA VIDA EM PONTA D’OURO


Nesta cidade não existe estresse. Tudo é tranquilo, todos são tranquilos. As pessoas se encontram, se abraçam, sorriem sempre, falam chananga entre eles e dão muitas risadas… parece que estão sempre se divertindo. As mulheres carregam coisas na cabeça e o filho nas costas, sempre rebolando. Usam panos lindos amarrados na cintura e no bebê. Chananga é a língua dêles e os panos lindos se chamam capulanas.

No mercado, as vielas são muito estreitas. Quando estou indo em uma direção e vem vindo um homem na  direção oposta, eles não se afastam nem um pouquinho. Sou eu que tenho de me espremer em um dos cantos, para eles passarem. Mas se for uma mulher, ela se afasta rapidinho, e nós duas passamos sem problemas. Será que é assim sempre, ou aconteceu por acaso comigo e eu estou generalizando? 

Esta cidade consiste numa longa rua de areia, paralela à praia, com algumas bifurcações que levam ao mercado. As casas são grandes, com grandes terrenos cobertos de vegetação. É chique. O presidente da república tem uma casa aqui.  Muita gente dos países vizinhos, principalmente da África do Sul, tem casa aqui. Eu ainda não consegui entender onde moram as pessoas que vejo no mercado, nas barracas de artesanato, nos salões de beleza trançando os cabelos…

A praia, com mar bem azul, areias fininhas, muito brancas, é linda! Lembra a praia de Juqueí, no litoral norte de São Paulo. Mas as águas do oceano Índico são frias. Eu ainda não entrei no mar. Mas tenho caminhado pelas areias fofas todos os dias. Apesar de estarmos numa zona tropical, a vegetação é verde escura, bem diferente da vegetação  do Brasil. Muitas árvores com tronco retorcido e folhas escuras. É bonito, mas eu sinto falta daquele verdão escandaloso das plantas brasileiras e do Caribe.  

E os pássaros! É verdade que “as aves que aqui gorgeiam, não gorgeiam como lá” no Brasil! Existem muitos pássaros, pequeninos e pouco coloridos (vários tons de beje, marrom e preto), com trinados completamente diferentes dos pássaros brasileiros. Não tem bem te vi e nem fogo apagou... Mas os passarinhos são todos lindinhos! Acordo pela manhã, com sons dos passarinhos moçambicanos… é muito bom.

Eita vida boa!

Você já pode dizer eu li na tela da Eulina.

Um comentário:

  1. Maria Eulina, acho impressionante o que você está fazendo, chapeau.
    Siga contando da tua vida lá em Moçambique e cuide-se. Beijos Monika

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