terça-feira, 20 de setembro de 2022

                                                  

                                                                             ADIS ABEBA E MAPUTO


Estou em Ponta D’Douro, uma cidade de praia, cerca de três horas de Maputo, capital de Moçambique.

Para chegar aqui, eu tomei um avião da Ethiopian Airlines em Guarulhos, desci em Adis Abeba no fim da tarde, pernoitei lá e retomei o voo para Maputo no dia seguinte pela manhã. Então, vou contar minhas impressões de uma noite em Adis Abeba. 

É uma cidade grande, com uma avenida larga e muito iluminada, cheia de trânsito e de gente andando pela rua. As mulheres quase todas de cabeça coberta, com turbantes ou lenços muçulmanos. As poucas mulheres com cabelos descobertos tinham trancinhas tipo rastafari. Negros, muitos negros. Cara séria, Poucos sorrisos. A companhia de aviação providência a hospedagem e o "transfer" para o hotel.

A caminho do hotel, quando saímos da avenida, entramos em ruas estreitíssimas sem asfalto e povoadas de casebres miseráveis, ao lado de construções modernas. Muito esquisito. Meu hotel era uma dessas construções modernas numa rua de casebres. Meu quarto era enorme, com um banheiro igualmente enorme. Pode-se dizer que era luxuoso, com direito a sabonetinho, xampu, condicionador e creminho. No dia seguinte, observei a cidade pela manhã. Muita gente andando. Não se pode dizer que é um povo bonito, nem feliz. Tá certo que vi muito pouco, mas eram sérios e pareciam tristes.

No aeroporto foram eficientes e impacientes. As filas dos prioritários não incluía os idosos. A fila "economic" estava cheia de velhinhos. Tivemos de tirar os casacos, os cintos, os sapatos e colocar tudo em caixas, junto com os eletrônicos e a bagagem de mão, fomos todos apalpados pela polícia, após passar no raio X. Tudo com muita pressa e atendendo ordens gritadas. Um horror. Stress total.

Enfim, chegamos em Maputo. Tudo muito mais simpático. Os funcionários da aduana examinaram meus documentos, perguntaram algumas coisas, mas toda vez que viam que eu sou brasileira, sorriam! Adoro ser brasileira!

                                                                         MAPUTO


Cheguei por volta de meio dia. O Rômulo, um dos sócios do projeto, estava a minha espera, com sua simpática namorada sul africana  chamada Michele. Fomos almoçar e fazer algumas coisas na cidade. Pude ver uma feira, onde, além de frutas e legumes, se vendiam roupas e sapatos que ficavam empilhados no chão. Me explicaram que são vendas de calamidades, ou seja, roupas doadas por ocasião das calamidades e que sobraram. Então, são vendidas nas feiras.

Tudo muito colorido. A cidade é grande e congestionada. Ainda passamos na casa de alguém, para pegar uns pacotes e depois pegamos a estrada. Uma grande estrada com duas pistas bem largas. Asfalto muito bem conservado. Um susto: a mão é do lado esquerdo, como na Inglaterra.

-Por que? Moçambique foi colonizada pelos portugueses, deviam ter mão do lado direito!

-Depois da independência houve um plebiscito e o povo decidiu inverter a mão, por causa das fronteiras com países colonizados pelos ingleses. Este país, tem o turismo como uma das maiores fontes de renda, e essa foi uma maneira de tornar mais fácil a vida dos turistas.

E assim, fomos até entrar num parque. Área preservada. Então aconteceu a coisa mais linda! Vimos uma girafa atravessar a estrada! Bem devagarinho, toda elegante, toda faceira! Paramos o carro pra ela passar. Quando continuamos, Joel, o motorista falou:

-Olha, tem mais uma deste lado! 

Eu olhei e vi mais uma comendo a copa de uma árvore. Depois foi outra e outra, fui contando, perdi a conta na décima,  mas havia ainda várias girafas comendo as copas das árvores e vi dois filhotinhos comendo as folhas de baixo! Lindo! Fiquei tão boba, que me esqueci de tirar fotos!

Assim foi minha chegada a Ponta D'Ouro!

Você já pode dizer eu li na tela da Eulina.

Um comentário:

  1. Acho que cada povo tem seu encanto, seu jeito de ser, algo que vai sendo moldado ao longo do tempo pela força das culturas (assim mesmo, no plural), por bem e/ou por mal. Sabe-se lá o pode fazer um povo mais sisudo que outro ou, perguntando de outra forma, sabe-se lá o leva um povo ao riso. Porque, creio, em algum momento, todo mundo sorri.
    Sobre girafas? Ah, me faria sorrir muito: era meu animal preferido na infância. Até tive uma de plástico que me acompanhou por décadas.

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