sábado, 19 de janeiro de 2013

Tel Aviv

                                                                     

                                                                  TEL AVIV


     Aterrizamos. Agora é o momento mais difícil: a imigração e o carimbo no passaporte. Que Jesus, Maomé, Allah e Moisés me protejam!

     Várias filas, várias perguntas, tirei os sapatos, passaram o aparelho detetor de metais mais uma vez, abriram minha bolsa  mais uma vez, e por último, uma soldada, num guichê, com meu passaporte na mão, perguntou qual o meu nome completo. Eu respondi sem pestanejar Maria Eulina Martins de Ulhôa Cintra. Foi o suficiente. Ela carimbou. A mocinha do meu lado não teve a mesma sorte. A soldada chamou alguém e ela ficou lá. Eu suspirei aliviada e fui embora com pena da mocinha.

     Aparentemente, é tudo calmo. Nem parece que existe uma guerra. O motorista do taxi que me levou para o hotel disse que as histórias sobre as bombas são inventadas para vender jornais e dar audiência na TV. Disse também que a metade dos moradores de Tel Aviv é palestina, infelizmente. Fiquei pensando em tudo o que "infelizmente" poderia significar... O trânsito flui bem. Musica italiana, no taxi. Domenico Modugno.

     O hotel é simples e simpático. Quarto pequeno, mas arejado e confortável. Camila Pitanga na televisão falando português! Novela brasileira, com legenda naquelas letras. É esquisito. Arrumo minhas coisas, tomo um banho e saio. Está chovendo, mas não está frio.

     Ando um pouco pela rua. O que vi, com exceção da praia, com calçadão e do mar com enormes ondas esverdeadas e alguns surfistas, é feio. Arquitetura com criatividade zero. Todos os predinhos iguais, Parece Cohab. Carros modestos nas ruas. Não há luxo nem ostentação. Acho que os judeus ricos não moram em Tel Aviv.

     Se ignorarmos a língua e as letras esquisitas, esta é uma cidade sem surpresas. Aparentemente, tudo normal, tudo igual a qualquer cidade ocidental. Jantei num pequeno restaurante e comi um espetinho de frango com salada de alface. Estava ótimo.

     Enfim, vou dormir numa cama!. Depois de duas noites em aeroportos e um dia e meio voando, uma cama! Que maravilha!
    Ah! O mundo não acabou.
                                                            ***
                                                                                                                          22/12/12
      Agora, é meio dia e eu tenho que ficar aqui, na entrada do hotel, esperando o ônibus dos italianos.
      Caminhei pelas redondezas do hotel, hoje pela manhã. Nada de especial. Estava chovendo. Agora já saiu o sol. Calçadas remendadas, poças d'água. Numa esquina havia pedras colocadas por alguém para a gente passar por cima da poça d'agua. Predinhos, predinhos, feinhos feinhos. Mal conservados, pintura descascando. Algumas ruínas pichadas e transformadas em estacionamento. Na avenida da praia, ficam as embaixadas e os hotéis Sheraton, Hilton e outros, com arquitetura estrondosa, poderiam estar em Miami.  Um contraste com os predinhos.    
  
    Na entrada de um prédio enorme, existem duas estátuas iguais: um homem nu segurando um objeto nas mãos, parece um livro... só que eles estão de ponta cabeça! Eu queria perguntar o que significavam, mas não sei falar de ponta cabeça em inglês... fiquei na curiosidade.
     O pouco que vi de Tel Aviv foi sem graça.

                                                                   ***
     À uma hora o micro ônibus passou para me pegar. Viemos para o aeroporto esperar os italianos. Novamente, aeroporto. Desta vez o de Tel Aviv. Espero que o voo dos italianos não atrase, para que eu não tenha que ficar horas aqui.
     O voo não atrasou. Eles chegaram. São todos simpáticos. Caras boas. Falantes. Bem humorados. A   primeira impressão foi ótima. Que bom!
     Todos a bordo do micro ônibus, vamos para Nazaré, onde se iniciarão nossas aventuras.

                                                             ***
     Voce já pode dizer Eu li na tela da
                                                             Eulina

2 comentários:

  1. Já nao vejo a hore de vc. seguir contando, adorei.

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  2. Demorei para começar a ler, mas cá estou me deliciando com seu bom humor, detalhes interessantes, peripécias... Vou continuar lendo, mas antes de passar para a próxima, tentarei publicar aqui mesmo. Se não der, mando email.

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