domingo, 26 de julho de 2015





                                                     QUOTIDIANO


          Problemas. Não comigo. Mas acontecem. O vôo da colombiana grávida foi cancelado e saiu só dois dias depois. Estava chovendo e ventando muito.
          A diretora foi para o México e chegou sem a bagagem. Disseram que quando chove, eles embarcam só os passageiros para que o avião não fique muito pesado...
         Ha dois dias houve um tsunami na ilha de Trinidad, perto daqui. Soubemos pela internet, pois aqui não há televisão. Estamos em plena temporada de furacões.
        Aqui choveu muito, mas o mar ficou calmo. Alguns quartos tem goteiras, O meu não, ainda bem. Mas o meu varal tem.
        Ha dois dias sumiu o celular da chinesa e ontem sumiram os euros do alemão. Agora, estamos trancando a porta e janelas dos quartos. Fica um forno.  Meus dólares, cartão de credito e passaporte, ficam guardados no cofre, na sala dos professores.               .
         

                                                       Mercado de Vegetais

          Fomos a Kingstown novamente. Desta vez, para fazer um trabalho. Entrevistar pessoas que vendem vegetais, no mercado. Mais um dia calorento e grudento. O mercado até que não é tão quente.  Entrevistamos as pessoas. Só mulheres. Por que será? Que fazem os homens dessas famílias?           E as mulheres foram super simpáticas, responderam às perguntas sempre sorrindo e disseram estar contentes com o  trabalho e serem felizes na vida. Não parece que vendem muito, não há muitos compradores. Talvez alguns fregueses fiéis. Não tivemos problemas para entender a linguagem delas, e nem em nos fazer entender.
          Do lado de fora, uma grande feira livre. Muita gente passando. Os feirantes vendem muito mais do que os vendedores do mercado. Mas suportam o sol, a chuva e tem que montar e desmontar a barraca todos os dias. Vida dura.  Não parecem tão felizes. Eu perguntei e eles disseram que as vezes eles vendem bem e o ganho compensa o trabalho. Mas outras vezes não. Não são sorridentes como os outros. Estressados. Durante o tempo em estávamos lá, vimos uma briga, entre homens. Lá havia homens, apesar da maioria também ser de mulheres.
          Parece um exemplo claro para "o dinheiro não traz felicidade". Principalmente quando, para ganhar mais dinheiro, as pessoas tem que ter uma vida tão dura.

                                                         Colégio interno

           Ficamos aqui confinados. O lugar é lindo e não tem cercas... mas não tem televisão, o sinal da internet, do rádio e do telefone é muito ruim e o vilarejo mais próximo fica a uma hora de caminhada. É verdade que temos a praia linda, o mar do Caribe...
           Porém, temos tantas tarefas, tantas aulas estudos, debates, horta, plantação, reuniões... que não dá tempo de mais nada. Ficamos condenados a conviver sempre só conosco, durante  todo o tempo em que estamos aqui. Parece colégio interno. Ou melhor, é um colégio interno. Correm fofocas, formam-se panelinhas. As vezes, parece BBB. À noite há uma interessante e silenciosa troca de quartos. Casais se formam e se desfazem...
           Eu tenho algumas comidas secretas, que compartilho com a outra brasileira. Fazemos piqueniques noturnos...
           Fabiana, a brasileira que trabalhava aqui na administração, namorou o engenheiro grego responsável pela obra de reforma na hidrelétrica, Ele nos convidava (as tres brasileiras) para sair e tínhamos que sair escondidas, para não ter que dar muitas explicações...
           Imaginem eu, com os meus 72 anos, comendo à noite escondido no quarto... ou saindo à noite pela saída lateral, para um churrasco com cerveja?  Estou achando o maior barato! Me sinto adolescente!
           Os seis meses de trabalho voluntário de Fabiana se esgotaram e ela foi embora. Sentimos sua falta. Principalmente o grego que ela namorou. Dá uma peninha ver ele tão triste... mas é a vida, cada um segue seu caminho.
           Alem de saudade, ela me deixou o ventilador! Melhorou muito o ambiente do meu quarto!

                                                      O outro lado

          Agora são 9:30, de um domingo com sol esplendoroso, e à 10:00, vamos à praia tomar o barco para conhecer o outro lado da ilha! Depois eu conto como foi o passeio.

          Voce já pode dizer eu li na tela da
                                                             Eulina

         
           








     

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