quarta-feira, 12 de outubro de 2022

   

                                                         PESSOAS DO DAKTARI


Michelle - A diretora. Quando cheguei, assim que ela me viu, disse:

- Oh! We have an other sexy Brazilian woman!

- Me? Sexy? No! I am not sexy!

- But you are Brazilian!

Fiquei desconsertada… ela acha que todas as brasileiras são sexy? Não me lembro como a conversa se estendeu, acho que ela fez alguma comparação comigo e disse “ Look at me!” - eu olhei e vi uma mulher de meia idade, gorda e flácida. Nada sexy. Decididamente, foi um mau começo. Depois, percebi que todos os funcionários, a olhavam com um certo respeito temeroso.

Lilly, alemã, dezoito anos, Lou, francesa, vinte anos e Fred, holandês, dezenove anos. Todos terminaram o ensino médio e estão voluntariando por um tempo, enquanto resolvem qual profissão querem seguir e qual faculdade querem fazer. Trabalhei com eles a maior parte do tempo. Preparava e dava a comida para os animais, toda manhã e toda tarde. Participei das aulas com as crianças, de uma dança de roda e de algumas caminhadas. Foram legais comigo. A minha participação nas aulas foi bem pequena, mas tive tempo de desenhar o rosto de cada menina e dar de presente pra elas. Foi legal.

Bastian, francês, resolveu estudar relações internacionais em João Pessoa no Brasil! Que coisa! Chegou à conclusão de que os brasileiros sabem muito bem se relacionar com todo o mundo! Por causa disso, fala bem português. É super bem humorado, brincalhão e divertido. Funcionário, espécie de faz tudo.

Karine, africana do sul, funcionária da limpeza. Eu conversava com ela diariamente, quando ela ia limpar a minha cabana. Pasmem! Ela estudou biologia e meio ambiente, na universidade em Joanesburgo. Mas só conseguiu emprego de faxineira… Conversamos sobre muitos assuntos e ela ficou triste quando se despediu de mim. Disse que eu tinha “a very good hart”.

Pretty funcionária administrativa. Encarregada do contato com a empresa captadora de voluntários no Brasil. Me arranjou uma lanterna portátil, um ventilador e me ajudou a reservar um hotel em Hoedspruit. Eu disse que ela era meu “black guardian angel” e ela ficou toda feliz. No dia de sua folga, ela se arrumou toda e colocou cílios postiços.

Os demais voluntários, na maioria franceses. Não tive muito contato com eles. Talvez, por falarem sempre muito depressa… talvez por uma certa arrogância mesmo. Afinal, fiquei apenas uma semana nesse projeto.

Você já pode dizer eu li na tela da Eulina.

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