quinta-feira, 6 de outubro de 2022

 

                                                                      DAKTARI II


Estou no meio da savana africana que ora se parece com o cerrado brasileiro, ora com a caatinga. O sol é quente, o ar é seco. Nesta região específica onde fica o projeto Daktari, as árvores são quase todas secas, sem nenhuma folha. Parece a caatinga. Mas se observamos bem, vemos brotinhos de folhas bem pequenininhos. Quando chover,  as folhas vão crescer, a paisagem vai mudar. Igualzinho à caatinga, que quando chove fica toda verdinha e florida.

O projeto Daktari cuida de animais órfãos, acidentados, ou doentes. Trata de todos eles e quando estão recuperados são  devolvidos para a natureza. São periodicamente orientados por uma veterinária. Também promove a inclusão social de crianças africanas, trazendo-as para passar uma semana aqui, convivendo com os animais e tendo aulas sobre ecologia, meio ambiente e lições sobre convivência social, além do trabalho com os bichos. Conta com o apoio da Fundação Brigitte Bardot.

Para a realização de seus objetivos, o Daktari está muito bem instalado num enorme terreno todo cercado, no qual ficam uma grande varanda onde são servidas as refeições e é o ponto de reunião dos voluntários, funcionários e  administradores. Em volta dessa varanda, ficam outras construções, alojamentos de funcionários, varanda para as aulas, cozinha dos animais e várias cabanas para os voluntários. Um pouco mais afastadas estão grandes gaiolas para abrigar os animais. Perto da minha cabana, fica um cemitério para os animais que não se restabelecem.

A minha cabana fica próxima da cerca eletrificada que protege o terreno. Isso significa que os animais selvagens chegam aqui perto. Todas as noites eu ouço o rugido dos leões. É impressionante!

Minhas funções são: ajudar um grupo de voluntários (Lilly, Lou e Fred) a preparar e dar comida aos animais, pela manhã e à tarde, participar das aulas com as crianças, levar os cachorros para passear. Tudo fácil e prazeroso.

Mas, tem muitos franceses, e europeus em geral. Eles conversam sempre entre eles. Quando se dirigem a pessoas de outras nacionalidades, falam inglês tão depressa,  que eu não entendo nada. Talvez, parece... não sei… arrogância? Pode ser engano meu, mas nunca me senti muito confortável na hora das refeições ou reuniões gerais… não gostei.

Você já pode dizer eu li na tela da Eulina.


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